Eu sou uma pessoa tímida. Quieta, na verdade. É uma timidez diferente: nunca tive problemas com homens e nunca sofri de exclusão social.
Sou filha de uma pessoa falante. Extremamente. Falante ao ponto dela ter me considerado por anos a fio um verdadeiro bicho do mato. Coisa que só agora ela percebe que eu não sou. Todo mundo na minha família fala alto, quase gritando. Eu tenho voz baixa, pausada e moderada. Tenho um leve sotaque caipira (que nunca perdi) e fluência verbal. Mas geralmente nos almoços familiares, eu só ouço. Não que eu não sinta vontade de falar em alguns momentos, é que na maior parte do tempo minhas opiniões parecem irrelevantes mesmo.
Detesto conversar com estranhos. É parte da minha timidez natural. Prefiro procurar informações na internet a ter que ligar para algum lugar. Prefiro experimentar todas as roupas à fazer perguntas para uma vendedora. A lista das minhas restrições é extensa. Odeio que me obriguem a falar. Que me perguntem como foi determinado evento, pois a minha capacidade descritiva é quase nula. Posso escrever sobre algo, mas nunca falar.
Algumas pessoas me consideram engraçada. Geralmente as de humor mais refinado. O meu senso de humor é ácido, é cínico e britânico. Ou seja, pouca gente entende. Não sou do tipo "palhaça da turma". Ainda bem. Não gosto de ser o centro das atenções nunca.
Tenho tolerância muito baixa com brincadeiras que julgo infantis. Sinto vergonha alheia por pessoas sem-noção. Tenho o pavio curto, apesar de não parecer.
Tenho opiniões fortes e seguras. Não me sinto intimidada por pessoas mais inteligentes ou mais ricas que eu, assim como me sinto totalmente à vontade para conversar com pessoas mais pobres e de intelecto inferior. Não ligo para o que as pessoas pensam de mim, e geralmente não tento me defender de críticas negativas ou de afirmações levianas, pois tenho preguiça. Por isto, pessoa(s) me pintam como a vilã, apenas para esconder as suas próprias fraquezas, seus próprios erros e as suas inúmeras pisadas de bola. É muito fácil culpar alguém que não se dá ao trabalho de se defender. Mas é normal...
Desde que o meu tratamento se iniciou no ano passado, tenho uma característica odiosa: a de falar o que eu realmente estou sentido.
Mas perdôo fácil. Não guardo mágoas.
E amo profundamente. Amo minha família, meus bichinhos, meus amigos mais próximos, o Lu... Amo muito. Amo de tudo um pouco.
Mas a vida... Só estou aprendendo a amar este ano.
Estamos fazendo as pazes: eu e a minha vida. E olha que ela está cheia dos problemas. O problema do momento é o pior que já tivemos por aqui.
Desta vez é diferente. O problema não é comigo, mas me preocupa 231082 vezes mais. Só que desta vez, além da minha família, tenho um companheiro de verdade. Alguém que fica ao meu lado e não foge. Alguém que entende que a vida não é só diversão.
Ele me dá força para ser o Mike Tyson dos problemas. E não, ainda não cheguei na fase de arrancar orelhas.
3 Responses:
Conseguiu alegrar minha semana.
TE AMO!!!!!
BEIJOS!!!!!
Minha filhinha
Eu te amo muito e tenho muito orgulho de você. É sensível, amorosa, inteligente e companheira.Mã
Eu nunca achei você um bicho do mato. Ao contrário, sempre achei você bem desinibida. Não igual àquela do Grajaú...
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