Desde o momento em que tomei conhecimento da existência dele, eu decidi que ele era meu. Dentro da barriga da minha mãe, eu decidi o nome dele: Giuliano. Um lindo nome italiano para um bebê que não tinha nada de italiano em suas origens. Só Deus hoje sabe porque eu decidi que ele deveria ter este nome. Provavelmente eu tinha algum coleguinha de escola com nome igual.
E 3 anos, 8 meses e 13 dias após o meu nascimento, ele chegou neste mundo. E me lembro muito bem da primeira vez em que o vi: pequeno, gordinho, meio enrugado e... moreno! Como eu e meu irmão mais velho somos ruivos, foi uma surpresa e tanto ter um irmão moreno.
A partir deste momento, por toda a infância, ficamos grudados. Brincávamos juntos, todas as tardes. Em nossas adolescências, aprendemos juntos uma nova língua: eu e meu irmão mais novo somos fluentes em inglês graças às horas que passavamos tentando desvendar o mundo dos vídeo games.
O tempo passou, viramos adultos muito diferentes.
Há quatro meses ele cresceu. Pois até aquele momento, para mim era ainda um bebê com cheirinho de talco. Casou-se com a linda mulher (italiana! Viu como o nome funcionou?) que ele queria, do jeitinho que ele planejou.
E hoje ele embarcou. Meu irmão e sua esposa foram embora de vez. Morar fora do país. Na Espanha.
Fui ao aeroporto me despedir e me segurei. Entretanto, a partir do momento em que ele adentrou a sala de embarque até agora (1 hora e meia depois, já em casa) eu choro sem parar.
Estou muito orgulhosa de tudo o que ele conseguiu realizar. Aliás, não orgulhosa apenas do Giu. Mas do Gu também... Feliz por ter irmãos tão lindos e tão inteligentes. Infelizmente, minha timidez natural me impede de dizer estas coisas para eles. Me impediu de falar para o Giu o orgulho que sinto dele e de lembrar diariamente o meu irmão Gustavo o quanto o amo e o quero perto de mim. É um bloqueio natural, às vezes penso que meus irmãos não tem noção do quanto eu gosto deles.
A partir de hoje, um pedacinho de mim está na Espanha. E eu conto os minutos até que este pedaço volte.
Meu outro pedaço está no Morumbi. Nem tão longe, mas queria tê-lo muito mais perto.
E esta casa ficou muito vazia. Vou ter que convencer a minha mãe a adotar uma criança. Ou me dar outro cachorro.
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Estou aqui, sempre.
Gu
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