Não quis ver ou rever os lances da vitória do Sport sobre o Corinthians na final da Copa do Brasil. Ontem à tarde, Luciano estava revendo em câmera lenta. Eu confesso que não tenho a mínima vontade de rever os frangos do Felipe, de ver se foi pênalti ou não ou mesmo de me procurar no meio da torcida (o Lu já achou). O título dos pernambucanos foi merecido e não tem que ficar procurando pêlo em ovo, nem culpando o "acaso".
A Ilha do Retiro é um estádio feio. Parece uma Rua Javari com esteróides, mas sem o charme do estádio da Mooca. E sem o gramado, também. Nunca vi campo tão ruim!
Foi linda a festa da torcida do Sport quando o time deles entrou em campo. Mas só. Eles não apoiam o tempo todo. Ficaram calados por quase todo o primeiro tempo, até os gols sairem. E ficaram calados por quase todo o segundo tempo, só se manifestando nos momentos das expulsões e ao terminar o jogo. Os jogadores do Sport por mais de uma vez levantaram os braços pedindo o barulho da torcida. Achei a festa do título fraca. Esperava uma grande explosão de alegria no estádio e na cidade, mas acho que eles fizeram mais barulho quando o time entrou em campo.
O jeitão deles é bem diferente. Lembra mais um comício político do que um jogo de futebol. Um locutor tipo de rodeio fica puxando o único grito que a torcida do Sport tem (o tal do cazá cazá cazá cazá cazá). O mesmo locutor saúda todos os ídolos que estão presentes no estádio: me lembro dele ter falado de Ariano Suassuna, Juninho Pernambucano, Fumagalli (!), Romerito e algumas "autoridades" políticas. O locutor é um piadista nato: por mais de uma vez gritou nos microfones: beeeeeeeem vindos à ilha do retiro, a LA BOMBONERA do nordeste!!!
Recife é uma cidade feiosa. E, como disse o Carlão (nosso colega de avião), estavamos indo para um jogo em Tão, Tão Distante. Preferia mil vezes a final na belíssima Salvador, ou mesmo no Rio.
Li uma notinha na Folha de São Paulo hoje que falava que a relação da torcida corinthiana com a PM foi tensa. Discordo plenamente. Fui bem tratada pelos policiais, conversei com alguns deles durante o jogo e até me deixaram ficar encostada na tropa de choque para ver melhor. O policial à minha esquerda torcia pelo Santa Cruz (logo, pelo Corinthians) e o da direita era Sport. O trabalho deles foi perfeito, fora, dentro do estádio e na escolta de saída.
Não sei se repetiria a dose. É muito duro ser vista como persona non grata pela cidade inteira.
Eu: a mendiga da madrugada no aeroporto.
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