segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Ayumi e eu

E hoje eu voltei para casa no lindo ônibus que eu tomei no Terminal Sacomã. Eu eu estava até que semi-feliz, observando as ruas, as pessoas, a poluição, o trânsito... toda a beleza natural desta linda cidade.

O ônibus ficou parado um tempinho na frente de um local que eu considerei curioso: Ayumi Brechó. Ao lado direito do brechó, estava o Ayumi Salão de Beleza, um local completo para a mulher moderna que oferece serviços de cabelo, mãos, pés e relaxamento (?).

"Que mulher próspera, a Ayumi!", pensei com entusiasmo. Imediatamente tracei um paralelo entre a minha vida e a vida de Ayumi. Na verdade, um paralelo imaginário, já que Ayumi ainda era fictícia, mas necessária para desenvolver um paralelo adequado.

Talvez Ayumi leve uma vida simples. Talvez ela tenha dívidas. Talvez ela esteja de saco cheio do brechó e do salão, sendo que tudo o que ela queria era só uma padaria. Admiro profundamente os grandes empreendedores. Provavelmente Ayumi construiu o seu conglomerado do nada. Daria uma excelente palestrante e seria um exemplo para mim para o resto da vida.

No meio destes devaneios, olhei para cima. Na sobreloja de Mayumi Inc., existe uma casa. Ou duas. Sei lá. Só sei que tem uma varanda agradável, um dos melhores locais do lar de Ayumi. E este foi o meu momento. Em um instante, apareceu uma senhora baixinha na sacada, e começou a procurar algo nas cadeiras.

Fiquei emocionada de verdade por conhecer Ayumi.

Ou melhor, por vê-la.

"Ayumi, sou sua fã!", eu poderia ter gritado da janela do ônibus!

Mas fiquei quieta, como de costume.

E o ônibus partiu.

Mais tarde, me lembrei que os meus óculos estavam na bolsa. O que é uma pequena merda, pois míope que sou, na verdade a Ayumi pode ser uma criança de 12 anos, um golden retriever ou um homem peludo de 47. Ou seja, eu queria ter enxergado Ayumi naquela sacada, mas eu não formei uma imagem de verdade.

De qualquer modo, prefiro acreditar que Ayumi esteve lá. Foi um momento mágico e não quero perder a sensação, sabe?

Nota mental: largar de ser trouxa e parar de observar os outros sem óculos.

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